Moçambique está na
luta contra um trágico surto de cólera que infectou mais de 1.000 pessoas e
matou pelo menos duas pessoas, informou o Ministério da Saúde do país nesta
terça-feira, alertando que não conseguiu reduzir sua propagação.
Quatro das
províncias de Moçambique foram afectadas desde que a infecção se espalhou a
partir da capital Maputo, em 5 de Janeiro, disse o vice-director de saúde
pública Benigna Matsinhe numa conferência de imprensa.
É o terceiro ano
consecutivo em que Moçambique sofre uma epidemia de cólera, com as duas mortes
reportadas na área de Maputo.
Em 2015, 41
pessoas morreram em um dos piores surtos de cólera do país.
"Gravamos
menos casos nos últimos dias, mas o que nos preocupa é que não conseguimos
parar a transmissão da doença", palavras ditas por Matsinhe.
Desde o final da
semana passada, a infecção se espalhou na província de Tete, na fronteira
ocidental de Moçambique com o Zimbabwe e o Malawi, com 397 casos notificados.
A cólera atinge
tipicamente durante a estação chuvosa de Moçambique, entre Outubro e Março,
quando condições não higiénicas e água estagnada fazem com que as bactérias
floresçam.
A infecção pode
causar diarreia grave, desidratação e, nos piores casos, a morte.
Moçambique tem
sido inundado por fortes chuvas desde Outubro, após dois anos de seca.
Os casos de
malária também aumentaram com 1,48 milhão de diagnósticos - um salto de 11 por
cento em relação ao ano anterior - e 288 mortes desde Janeiro de 2017.
"Vimos um
aumento nos casos de malária nos últimos anos, explicado pelo progresso em
nosso programa de triagem e em nossos projectos de tratamento
comunitário", segundo Lorna Gurjal, chefe do departamento de epidemiologia
do ministério da saúde. O número de mortes e casos graves está diminuindo,
disse ela.
Medidas de Prevenção
As medidas preventivas são tão importantes quanto o tratamento, já que elas
têm impacto directo na duração e na gravidade da epidemia. Normalmente, um
surto de cólera dura de um a três meses. A doença é transmitida por meio da
água contaminada, motivo pelo qual as comunidades mais afectadas são,
geralmente, as de pessoas mais vulneráveis, com acesso precário a saneamento.
Com saneamento adequado, uma epidemia de cólera não é muito provável. Mas em
Moçambique, apenas 84% da população urbana e 37% da população rural têm acesso
a melhores fontes de água.
Apela-se ao público em geral para que tomem atenção destacadamente nos
alimentos e no sistema de saneamento para que se evite o alastramento da
Cólera.
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