O ex-presidente
esquerdista ígido Luiz Inácio Lula da Silva disse que o governo quer
"terminar as realizações da classe trabalhadora sobre os anos passados".

Em São Paulo,
uma greve dos trabalhadores de metrô e ônibus de São Paulo havia paralisado a
hora do rush (ponta) da manhã.
Durante um
protesto dramático na capital Brasília, centenas de activistas irromperam no
ministério das finanças antes do início da jornada de trabalho, ocupando o
edifício até o final da tarde. A polícia disse que vandalizou o ministério e
quebrou janelas.
O pessoal das
escolas públicas do Rio de Janeiro também entrou em greve, os colectores de
lixo interromperam o trabalho em Curitiba e o metrô foi fechado em Belo
Horizonte, de acordo com o portal de notícias G1.
O protesto do
Rio terminou em tumulto quando alguns manifestantes entraram em confronto com a
polícia, que lançou gás lacrimogéneo e granadas de choque, informou a TV Globo.
Os distúrbios em
mais de 20 cidades marcaram o desafio mais sério nas ruas até agora às
tentativas de Temer de domesticar o orçamento e restaurar uma economia atolada
em dois anos consecutivos de recessão.
"Estamos em
greve para o futuro do país", disse a professora do Rio, Mirna Aragon, em
um protesto com milhares de outras pessoas. "Os direitos dos trabalhadores
foram jogados na sarjeta".
Uma disposição
para fixar a idade de aposentadoria aos 65 anos é central para a reforma das
pensões, um choque para um país onde muitos são capazes de tirar pensões em 54.
Essa reforma é
necessária para evitar o "colapso" do sistema de pensões, disse o
temeramente impopular Temer em um discurso na quarta-feira. "Ninguém terá
seus direitos retirados", disse ele, descrevendo as reformas como
"salvando os benefícios dos aposentados de hoje e dos jovens que se
aposentarão amanhã".
Argumentando que
o país será levado à falência se medidas de austeridade não forem tomadas,
Temer já orientou um congelamento orçamentário de 20 anos através do Congresso.
Ele recebeu uma
boa notícia na quarta-feira quando a agência de classificação de risco Moody's
elevou sua perspectiva para o Brasil de "negativo" para
"estável".
No entanto,
organizações de esquerda dizem que Temer está castigando os brasileiros comuns
que já estão sofrendo a pior recessão da história do país, com o desemprego em
um recorde de 12,6%, cerca de 13 milhões de desempregados.
O actor Wagner
Moura, que interpreta o narcotraficante Pablo Escobar na série
"Narcos" da Netflix, acrescentou sua voz dizendo que "esta
reforma representa mais um golpe enorme para os direitos dos trabalhadores
brasileiros".
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